COMERCIO MUNDIAL E BLOCOS ECONÔMICOS
Neste tópico
inicial iremos esboçar no que consiste a economia e a ética e quais suas
relações existente em nosso dia-a-dia? Qual sua influência na vida em
sociedade? E de que forma podemos intervir na modificação do sistema econômico
mundial? Nos debruçaremos na tentativa de elucidar esse questionamentos tão
pertinentes para a nossa prática em sala de aula.
Desta forma como
poderíamos definir economia? Economia consiste na produção, distribuição e
consumo de bens e serviços. Se formos observar a economia é parte integrante da
sociedade sendo imprescindível para o seu funcionamento, cabe a economia ainda regular
as necessidades humanas a quantidades de recursos disponíveis, sendo assim não
é difícil perceber que até mesmo nas relações mais casuais de nossa vida
executamos as práticas econômicas, como por exemplo, o simples fato de
consumirmos, comprarmos, nos deslocarmos para certos espaços em busca de
mercadorias, nos faz atores atuantes economicamente, ou seja, somos parte
integrante da atividade econômica.
Em economia é
muito complexo tentar racionalizar as ações humanas, na possibilidade de
equilibrar o consumo humano com a vontade desenfreada por ações consumistas, é
mais complicado ainda encontrar uma fronteira entre a necessidade e o desejo, o
homem tem desejo ilimitados, porém possui recursos limitados.
As leis de
mercado e suas ações incondizentes com os princípios éticos determinam que os
recursos mais procurados serão os mais valiosos e se esgotam facilmente, desta
forma não existe responsabilidade na elaboração de práticas menos danosas ao
meio-ambiente, sendo prioridade a satisfação do lucro máximo para as empresas
tendo como vencedor o critério de eficiência lucrativa degenerando o critério
ético.
Agora imagina só
os nossos educandos, será que eles possuem esta noção de que a prática
econômica faz parte do seu viver? Será
que eles conseguem perceber que eles vivem em mundo desigual onde as práticas
econômicas não se dão de forma equilibrada, onde muitas vezes alguns países se
privilegiam economicamente em detrimento de outros?
A nossa
inquietude como profissional da educação se eleva perante a situação que se
opera no mundo, desta forma não podemos nos furtar da responsabilidade de
mostrar que as relações econômicas se comportam de forma irregular e interferem
diretamente na vida de nossos alunos, o que pensar, por exemplo, de práticas
econômicas de empresas estadunidenses que expandem seus produtos para as mais
diversas partes do espaço mundial, abocanhando os mais variados mercados e
usufruindo de sua mão-de-obra barata e recursos naturais? E por outro lado muitas empresas dos países em
desenvolvimento e subdesenvolvidos são sujeitas a regulamentos e exigências
rígidas para penetrarem nos mercados estadunidenses? Sendo a ética o conjunto
de padrões de conduta entre as pessoas e os grupos sociais, como poderíamos
considerar tal pratica econômica adequada, se apenas um dos lados acaba por se
beneficiar?
Na tentativa de
se proteger e possibilitar um equilíbrio econômico maior entre os países,
algumas nações passaram a se organizar em blocos econômicos como veremos a
seguir.
BLOCOS ECONÔMICOS
A integração econômica de
vários países possibilitou a criação de blocos econômicos regionais, em uma
etapa do espaço vivido de uma economia globalizada cada vez mais competitiva,
onde o fortalecimento econômico por meio do agrupamento de países é um valioso
instrumento frente as disputas comerciais.
Existe um velho ditado muito
sábio, utilizado popularmente que diz: “a união faz a força”, o que de certa
forma acaba sendo o lema dos blocos econômicos, em busca de prosperidade
econômica, pois hoje no mundo ninguém faz nada sozinho, o que tem grande
semelhança com a vida em sociedade, pois sempre precisamos do próximo para
desempenhar nossas funções diárias.
Para que os Blocos Econômicos
possam se desenvolver com bons resultados financeiros, sua relação deve ser
madura e bem organizada, pois o campo de lutas entre os países precisa ser de
uma negociação que privilegie o equilíbrio econômico. Tornar o espaço econômico
mundial equilibrado é um objetivo que repousa na justiça da compensação
financeira, trocando em miúdos, as relações comerciais devem primar pela
transparência e igualdade nas negociações, eliminando as transações comerciais
exploratórias e antiéticas.
O NÍVEL DE
INTEGRAÇÃO E OS DIFERENTES TIPOS DE BLOCOS ECONÔMICOS
Os blocos econômicos existentes na
atualidade apresentam-se em diferentes níveis ou estágios. Alguns deles
encontram-se em estágios de integração mais avançados, como a União Européia,
que até mesmo possui uma moeda única. Outros blocos criados recentemente, ainda
estão em processo inicial de integração, enquanto outros estabelecem acordos
que limitam a integração econômica, e restringem-se apenas a criação de uma
Zona de Livre Comércio ou de uma União Aduaneira.
ZONA DE LIVRE
COMÉRCIO
Em uma Zona de Livre Comércio, os países
eliminam com o passar do tempo as barreiras com tarifas de cobrança por produto,
para estimular as trocas comerciais e os investimentos entre eles. Esse é o
estágio mais inicial de integração de um bloco econômico, um exemplo é o Nafta
formado pelos Estados Unidos, Canadá e México
UNIÃO ADUANEIRA
Na união aduaneira assim como na Zona de
Livre Comércio, os países praticam a livre troca comercial, suspendendo
naturalmente as taxas sobre produtos entre eles. No entanto adotam uma tarifa
externa comum (TEC) para as relações comerciais com outros países do mundo.
Neste caso, os produtos importados de outros países pagam os mesmos impostos e
taxas para entrar em qualquer um dos países do bloco, um exemplo deste nível de
integração é o MERCOSUL.
MERCADO COMUM
Além de estabelecerem livre circulação
de mercadorias e de serviços, o mercado comum também estabelece livre
circulação de capitais (investimentos) e de pessoas (trabalhadores) entre os
países membros. Nesse estágio os países também padronizam seus impostos e sua
legislação, criando instituições e órgãos como bancos e instituições que tratam
do estímulo e fiscalização das trocas comerciais.
UNIÃO ECONÔMICA
E MONETÁRIA
É o estágio mais completo de integração
entre os países de um bloco econômico. Nesse estágio os países passam a
estabelecer a padronização de suas políticas econômicas com metas que fixam as
taxas de juros, inflação e etc. Para atingir essas metas os países criam um
Banco Central único e substituem as moedas nacionais por uma moeda única. A União
Européia é o único exemplo de união econômica e monetária no mundo hoje.
MERCOSUL E SUAS
DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO
O Mercado Comum
do Sul começou a ser formado em 1985, nos governos de Raúl Alfonsín (Argentina)
e José Sarney (Brasil), para viabilizar o projeto os países abdicaram de seus
projetos hegemônicos para consolidar alianças.
No entanto a
consolidação se deu em 26 de março de 1991 com o Tratado de Assunção. Os
presidentes do Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil, e seus respectivos
Ministros das Relações Exteriores assinaram este acordo que estabelece a
integração econômica dos quatro países para seu desenvolvimento tecnológico e
científico.
Esse tratado
visava inicialmente estabelecer uma zona de livre comércio entre os países
membros por meio da eliminação de tarifas alfandegárias e de restrições não
tarifárias como cotas de importações e proibição de importação de determinados
produtos, liberando a circulação de mercadorias. Alcançada essa meta, fixou-se
uma política comercial conjunta dos países do MERCOSUL em 1996, e o Peru, em
2003. Em 2004, foi decidido que a Venezuela, a Colômbia e o Equador seriam
incorporados ao bloco como países associados. Isso não significa, porém a
entrada desses países no bloco, mas apenas a abolição gradativa de barreiras
alfandegárias visando estimular o comércio internacional.
Após a assinatura do protocolo de Ouro
Preto em 1994, o MERCOSUL transformou-se em união aduaneira, quando passou a
vigorar a TEC (Tarifa Externa Comum) mesmo que não sendo aplicada a maioria dos
produtos, representou um avanço significativo ao processo de integração.
Existem
perspectivas para se construir um mercado comum como atual estágio de
integração do MERCOSUL, porém um longo caminho deve ser delineado marcado por
retrocessos principalmente entre Brasil e Argentina que se configuram como as
duas maiores economias do MERCOSUL e rivalizam em diversos setores econômicos
pelas fatias do mercado regional.
As pretensões atuais de entrada
da Venezuela podem potencializar a dinâmica interna do bloco, o protocolo de
adesão da Venezuela ao MERCOSUL foi assinado em 2006 e deve ser aprovado por
todos os integrantes para que o país se torne um membro integral do bloco neste
ano de 2010, Argentina e Uruguai já ratificaram o ingresso da Venezuela no
MERCOSUL. O Paraguai espera a decisão do Brasil para votar o protocolo.
A opinião pública apresenta
diversos pontos de vista sobre a entrada da Venezuela no MERCOSUL se alternando
entre os pontos positivos e negativos da entrada deste país no bloco econômico.
•
Pontos positivos:
ü
Ampliará o mercado - 250 milhões de pessoas que
corresponde a 70% de toda a América do sul.
ü
Perspectivas de se atingir um PIB de 1 Trilhão de
dólares.
ü
Maiores relações comerciais com o Brasil elevando a
arrecadação de capital
ü
Países do norte do Brasil podem ser beneficiados
Ex: O Pará em 2009 exportou para Venezuela 314 milhões de reais só em
gado.
•
Pontos negativos:
ü
Pode ser prejudicial, pois Chávez possui atitudes
antidemocráticas dentro do território Venezuela.
ü
Pode utilizar o MERCOSUL para se fortalecer perante
os EUA o que poderá prejudicar as relações bilaterais entre Brasil e E.U.A
NAFTA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
O Nafta
(Acordo de livre Comércio da América do Norte), assinado em 1992 por Estados
Unidos, Canadá e México, entrou em vigor em 1 de janeiro de 1994. Foi precedido
por um tratado de livre comércio entre os Estados Unidos e o Canadá de 1998
quanto à potência
norte-americana, depois de ter estimulado o multilateralismo desde a Segunda
Guerra, rendeu-se ao regionalismo econômico.
O país encarou
com certa reserva a formação de blocos comerciais durante esse período porque
considerava esses arranjos uma forma de limitar seus mercados no mundo, já que
concentravam regionalmente o comércio. Só concordou com a comunidade econômica
européia (atual União Européia) em 1957, porque julgava que o acordo ajudaria a
consolidar o capitalismo na Europa Ocidental e a deter o avanço do comunismo.
No atual mundo
globalizado, com o aumento da concorrência e a consolidação da tendência de
formações de blocos, os norte-americanos vêem no regionalismo comercial um meio
de expandir seus interesses econômicos (tanto que firmaram acordos bilaterais
com vários países, entre os quais a Austrália, Cingapura e Chile) e estão se
empenhando em ampliar os acordos, principalmente nas Américas. Seu principal
projeto é o de constituir a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). Os
últimos números mostram que se acentuou bastante a dependência do México e do
Canadá em relação aos Estados Unidos.
Desde a
criação do Nafta houve um grande crescimento do comércio intrabloco, que
desviou fluxos de mercadorias de outras regiões, sobretudo da União Européia.
Tendo como centro polarizador a gigantesca economia dos Estados Unidos (88,6%
do PNB do bloco), essa zona de livre comércio está se implantando com gradativa
redução das barreiras alfandegárias entre os países.
Nem mesmo os trabalhadores
norte-americanos, que aparentemente seriam favorecidos com o crescimento da
economia, têm o que comemorar com a vigência deste acordo. Vários estudos
mostram que os únicos beneficiados foram às grandes corporações empresariais.
Os benefícios foram tais que, já em 1994, as grandes corporações economizaram
US$ 16 bilhões apenas com gastos em mão-de-obra.
Para os trabalhadores o resultado foi o
aumento do desemprego, a queda de rendimentos e a precarização do trabalho.
Estudos indicam que o NAFTA entre 1994 e 2000 , eliminou 766 mil empregos nos
EUA.
Muitas companhias se mudaram para o México,
para tirar proveito dos salários de 5 dólares ao dia pagos aos trabalhadores.
Sem direitos trabalhistas e sindicais, os mexicanos não podem se organizar para
aumentar seus salários. Os trabalhadores dos EUA hoje encontram trabalho com
menos segurança e salários bem menores aos que originalmente recebiam.
O quadro é pior no Canadá um dos
países mais ricos do mundo e que há tempos mantém na liderança do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU. Nos primeiros oito anos de vigência do
acordo, a economia do Canadá estagnou e o país tornou-se mais dependente e
vulnerável e assistiu a forte degradação social e do meio-ambiente. Atualmente,
muitos se questionam sobre o futuro do país como nação soberana.
Desde a implantação do Nafta quem
mais sofre são os trabalhadores canadenses perderam os seus empregos. A renda
per capita no Canadá correspondia, em 2000, a menos de dois terços da renda dos
EUA, e prevê-se que ela chegara a 50% ainda na primeira década do século XXI
como decorrência da falta de oportunidades
Na década de 1970, antes da
implantação do acordo com a economia mexicana crescia, em média, 6,6% ao ano.
Na década de 1990 o crescimento despencou para 3,3%. Em 2002 a economia cresceu
menos de 2 %
Os alardeados benefícios do nafta
mostraram-se um fiasco. O acordo deveria incentivar o ingresso de capital
estrangeiro, promovendo o desenvolvimento econômico e a distribuição de renda.
Na verdade houve maior fluxo de capital externo para o país – US$ 36 bilhões
entre 1998 e 2000. Mas, no mesmo período, a remessa de juros e lucros para o
exterior, especialmente para os EUA, foi de US$ 48 bilhões. Ou seja, entraram
US$ 36 bilhões e saíram US$ 48 bilhões.
Além disso, no final de 2000, a
divida externa já superava US$ 163 bilhões, mais que o dobro do valor em 1982,
quando a crise da divida externa no México abalou o mercado mundial. Além de
elevar a vulnerabilidade externa, o Nafta agravou a dependência do país. Antes
o México mantinha relações comerciais mais diversificadas com vários parceiros
hoje depende totalmente dos EUA, origem de 74% das importações e destino de 89
% das exportações do México
O aumento das exportações esconde
que elas dependem de cerca de trezentas empresas, a maioria delas filiais de
norte americanas, isso sem falar das empresas apelidadas de “maquiladoras”, que
importam quase tudo do exterior e crescem a custa da mão-de-obra do México dez
vezes mais barata que a dos EUA.
AS
EMPRESAS MAQUILADORAS
São empresas instaladas na
fronteira entre EUA e México, em cidades como Tijuana, Maexicali, Matamoros e
Ciudad Juarez, surgiu no México na década de 60, como forma de gerar empregos
nas regiões pobres da fronteira com os EUA não respeitando as leis de trabalho
e as normas ambientais, uma atividade que não agrega valor e nem tecnologia.
Com o advento do Nafta o fenômeno
se expandiu devido à inexistência de tarifas entre os três países o que
favoreceu a importação de componentes e a exportação de produtos acabados
Além das péssimas condições de
trabalho, a média salarial e de somente três dólares por dia, normalmente os
trabalhadores vivem em favelas, sem eletricidades, sem esgoto ou água encanada.
A instabilidade e a precariedade dos empregos fazem com que muitos mexicanos,
tentem melhor sorte atravessando a fronteira com EUA.
ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS (ALCA)
As negociações para a
criação da ALCA foram iniciadas na I Cúpula das Américas, realizada em Miami,
Estados Unidos, em 1994, organizada então pelo presidente Bill Clinton, mas
discussões foram interrompidas por anos por conta de trâmites no congresso
norte-americano.
Apesar dessas limitações, as
negociações começaram na II Cúpula das Américas realizada em Santiago do Chile,
em abril de 1998. Três anos depois, na III cúpula realizada, em Quebec, Canadá
os lideres dos países reunidos aprovaram o calendário para a conclusão das
negociações e a entrada em vigor do acordo de livre comércio. Em novembro de
2002, na reunião Ministerial de comércio realizada em Quito, Equador, O Brasil
e o EUA assumiram a co-presidência das negociações até seu final ficando
decidido que a ALCA entrará em vigor em 2005.
Subjacente á proposta de
implementar a ALCA, fica evidente a retomada do interesse norte americano pela
América Latina, região marginalizada durante a Guerra Fria, quando a Europa era
o centro das atenções. Na atual economia globalizada, os EUA pretendem
reafirmar sua hegemonia sobre o continente.
A possível criação da ALCA é
motivo de preocupação tanto para os países subdesenvolvidos (a maioria) quanto
para os desenvolvidos (Canadá e Estados Unidos). Esse bloco visa estabelecer
uma zona de livre comércio no continente americano, onde as tarifas
alfandegárias seriam, paulatinamente, eliminadas, proporcionando, assim, a
livre circulação de mercadorias, capitais e serviços. Entretanto, a livre
circulação de pessoas e trabalhadores entre os países integrantes não seria
permitida, pois o idealizador da ALCA (EUA) não pretende intensificar a entrada
de latino-americanos em seu território.
Fazer parte da ALCA em
condições desvantajosas certamente significará prejuízos para o Brasil,
entretanto se não ingressar no bloco, o país terá dificuldades, tanto para
entrar no almejado mercado norte-americano, como no mercado latino-americano no
qual enfrentaria a concorrência com os produtos dos EUA.
Nesse
sentido, a maioria dos países da América Latina interpreta a criação da Alca
como uma manobra dos Estados Unidos para a expansão de suas empresas
transnacionais pelo continente. Porém, há opositores também nos EUA, alegando
que o bloco econômico diminuiria o número de empresas no país, visto que muitas
delas migrariam para outras nações americanas em busca de mão de obra barata
A política que o governo do
presidente Luís Inácio lula da Silva tem adotado é a mesma do governo Fernando
Henrique Cardoso: a de fortalecer o MERCOSUL para entrar numa negociação em
bloco com EUA, tentando obter o máximo de vantagens. Em 2003, a eleição de
Nestor Kirchner como presidente da Argentina que já manifestou apoio à proposta
“4 + 1” do Brasil. O governo norte-americano, em contrapartida, tem feito
concessões a países mais fracos, buscando isolar os integrantes do MERCOSUL.
O Brasil (e os outros
membros do MERCOSUL) terá grandes dificuldades para negociar com os EUA, mais
poderoso e empenhado em defender seus interesses, muitas vezes entrando em
choque com outros países.
Para a negociação ser bem
sucedida, o governo brasileiro terá de agir com firmeza e precisará do apoio da
sociedade brasileira e de consenso entre os sócios do MERCOSUL.
UNASUL:
UMA RESPOSTA A ALCA
A UNASUL
(União de Nações Sul-Americanas) é um bloco que visa fortalecer as relações comerciais,
culturais, políticas e sociais entre as doze nações da América do Sul –
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru,
Suriname, Uruguai e Venezuela –, além da participação, como observadores, de
dois países da América Central: México e Panamá.
Esse projeto foi
proposto em 2004, durante uma reunião de Chefes de Estado e de Governo dos
países sul-americanos, realizada no Peru, na cidade de Cuzco. Nessa ocasião,
foi estabelecida a Comunidade Sul-Americana de Nações, que passou a ser chamada
de União de Nações Sul-Americanas em 2007, durante um encontro para discutir
questões energéticas do subcontinente.
No dia 23
de maio de 2008, em Brasília, os representantes políticos dos 12 países
sul-americanos assinaram um documento formalizando a criação da UNASUL,
que entrará em vigor após o tratado ser ratificado por no mínimo nove
integrantes do bloco. Conforme esse documento, a UNASUL será estruturada da
seguinte forma:
- Conselho
de Chefes de
Estado e de Governo.
- Conselho
de Ministros das Relações Exteriores.
- Conselho
de Delegados.
-
Secretaria Geral.
Além
desses departamentos, foram desenvolvidos outros sete Conselhos Ministeriais,
que atuam nas áreas de energia, saúde, defesa, desenvolvimento social, combate
ao narcotráfico, infraestrutura e planejamento, educação, cultura, ciência,
tecnologia e inovação. A presidência do bloco é exercida por representantes de
governo, com duração de um ano, sendo alternada seguindo a ordem alfabética das
nações integrantes.
O
estabelecimento da UNASUL será de grande importância para a integração desses
países, pois, através da implantação de uma zona de livre comércio, haverá
maior flexibilidade nas relações comerciais, circulação de pessoas e
mercadorias. Outro aspecto relevante é a união dos dois blocos econômicos da
América do Sul, MERCOSUL e Pacto Andino (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela),
além da possibilidade de criação de uma moeda única, denominada “pacha”.
UNIÃO EUROPÉIA
Depois de terminada a Segunda Guerra
Mundial, a Europa se encontrava praticamente devastada, então alguns países
como Países Baixos (Holanda), Bélgica, Luxemburgo, em razão das condições
econômicas fragilizadas provenientes da guerra e diante da impossibilidade de
reconstrução independente, resolveram se agrupar para se fortalecer e retomar o
crescimento novamente.
Essa união foi iniciada em 1944, mas
consolidou efetivamente no ano de 1948, com o nome de Benelux, essa denominação
é proveniente dos três países que compõem essa união (Bélgica, Holanda e
Luxemburgo). A união tinha como objetivo criar incentivos tributários e
aduaneiros entre os componentes do grupo, e posteriormente um incremento nas
relações comerciais.
Em 1950 foi elaborado o Plano Schuman
com objetivo de criar um mercado comum, no primeiro momento o plano se limitou
à homogeneização da produção de aço e carvão na Alemanha e França, com
possibilidades de abranger, dentro desse processo, outros países do continente
europeu.
Para instaurar a união na produção da
indústria de base na Europa, no ano de 1951, foi criada a CECA (Comunidade Européia
do Carvão e do Aço), essa instituição foi proveniente do Tratado de Paris, os
países que faziam parte eram Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e
Luxemburgo.
O sucesso concreto
do Benelux e da CECA deu origem ao Mercado Comum Europeu, chamado também de
Comunidade Econômica Européia, por meio do Tratado de Roma em 1957, nesse
período, França, Alemanha e Itália ingressaram para estabelecer uma
flexibilidade na livre circulação de mercadorias entre os membros. Outro motivo
da criação era o anseio de superar a hegemonia norte-americana e soviética, que
representava as maiores potências da época.
Mais tarde, em 1991, foi assinado o
Tratado de Maastricht, no entanto, só teve início realmente em 1993, agora com
um novo nome: União Européia (UE). Dessa forma os países que compõe o bloco
econômico são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Holanda, França, Itália,
Reino Unido, Irlanda, Luxemburgo, Espanha, Grécia, Portugal, Suécia e
Finlândia.
A efetivação da UE estabeleceu também a
circulação de uma moeda única nos países que compõe o bloco que entrou em vigor
em 1º de janeiro de 2002, além da implantação de taxas de juros e carga
tributária comum a todos integrantes. Nem todos os participantes do bloco
aceitaram substituir suas moedas nacionais pelo Euro, como Reino Unido, Suécia
e Dinamarca. O processo para conceber uma moeda única no bloco, foi
impulsionado pela criação do Banco Central Europeu com a intenção de coibir a
inflação e administrar a área econômica dos países membros.
Na UE existem organismos supranacionais
que desenvolvem medidas em diferentes seguimentos entre eles o meio-ambiente, desenvolvimento
industrial, infra-estrutura, transporte e telecomunicação. Além da liberdade na
circulação de mercadorias, bens, serviços, capitais e pessoas. A uniformidade
das taxas de juros, tributos e circulação de mercadorias facilitaram o
crescimento econômico desse importante bloco.
Devido à solidez alcançada pela UE, o
bloco não descarta a possibilidade de outros países o integrarem. Porém para
que um país seja aceito na UE é preciso que atinja os pré-requisitos
estabelecidos pelo bloco no campo político, econômico e social.
A partir de dezembro de 1999 ficou
definido que outras nações Européias iriam integrar o bloco passando a ser
composto por 27 países, mas os novos integrantes serão efetivados, caso sejam
aceitos a partir de 2003, são eles: Turquia, Polônia, Hungria, Chipre,
República Tcheca, Eslovênia.
Quando o bloco estiver totalmente
completo o volume de capital vai atingir níveis aproximados de 500 bilhões de
dólares, isso mostra a potencialidade do mais importante bloco econômico do
mundo e o único que ameaça a hegemonia norte-americana.
CRISE EUROPÉIA
A Europa
sempre considerada uma região de altíssimo nível econômico e bem estar, nos
últimos anos tem passado por turbulências econômicas. A formação de uma crise financeira na zona do euro deu-se, fundamentalmente,
por problemas fiscais. Alguns países, como a Grécia, gastaram mais dinheiro do
que conseguiram arrecadar por meio de impostos nos últimos anos. Para se
financiar, passaram a acumular dívidas. Assim, a relação do endividamento sobre
PIB de muitas nações do continente ultrapassou significativamente o limite de
60% estabelecido no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do euro.
No caso da economia grega, exemplo mais grave de descontrole das contas
públicas, a razão dívida/PIB é mais que o dobro deste limite. A desconfiança de
que os governos da região teriam dificuldade para honrar suas dívidas fez com
que os investidores passassem a temer possuir ações, bem como títulos públicos
e privados europeus.
Os primeiros temores remontam 2007 quando existiam
suspeitas de que o mercado imobiliário dos Estados Unidos vivia uma bolha.
Temia-se que bancos americanos e também europeus possuíam ativos altamente
arriscados, lastreados em hipotecas de baixa qualidade. A crise de 2008
confirmou as suspeitas e levou os governos a injetarem trilhões de dólares nas
economias dos países mais afetados. No caso da Europa, a iniciativa agravou os
déficits nacionais, já muito elevados. Em fevereiro de 2010, uma reportagem do
The New York Times revelou que a Grécia teria fechado acordos com o banco
Goldman Sachs com o objetivo de esconder parte de sua dívida pública. A notícia
levou a Comissão Européia a investigar o assunto e desencadeou uma onda de
desconfiança nos mercados. O clima de pessimismo foi agravado em abril pelo
rebaixamento, por parte das agências de classificação de risco, das notas dos
títulos soberanos de Grécia, Espanha e Portugal.
Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha - que
formam o chamado grupo dos PIIGS - são os que se encontram em posição mais
delicada dentro da zona do euro, pois foram os que atuaram de forma mais
indisciplinada nos gastos públicos e se endividaram excessivamente. Além de
possuírem elevada relação dívida/PIB, estes países possuem pesados déficits
orçamentários ante o tamanho de suas economias.
OMC (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DE COMÉRCIO)
“Quanto à OMC, diz-se a organização que regula o comércio
internacional, mas na realidade o que encontramos todos os dias, é uma
regulação que beneficia sempre os mesmos. Os países pobres deixam os seus
frágeis mercados abertos para os produtos dos países desenvolvidos, enquanto
que os países desenvolvidos colocam tarifas e tarifas sobre produtos que os
países pobres têm e que podiam ser uma mais valia para estes.”
Nuno Leitão*GeografoFCSH-UNL
- Dept. Geografia
Sediada em Genebra, Suíça, tem
como missão facilitar, ampliar e estabelecer as “regras do comércio” entre seus
150 Estados membros (junho/2007). Para isso, a organização busca a
liberalização do comércio, atuando também como um fórum para que representantes
de diferentes governos discutam acordos e resolvam possíveis disputas
comerciais.
Terminada a Segunda Guerra
Mundial, vários países decidiram estabelecer regras para as relações comerciais
internacionais. Nascia assim o primeiro grande acordo para liberar e
impulsionar o comércio após a crise de 1929, momento onde inúmeras barreiras
protecionistas foram erguidas (como vimos em outra aula, a adoção do modelo
Keynesiano). A partir de 1946, representantes de 23 governos iniciavam as negociações
que resultaram em inúmeras concessões tarifárias e o estabelecimento de normas
denominadas de GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio) em 1948. Inicialmente
estes acordos serviriam de base para a criação da OIC (Organização
Internacional do Comércio), mas o governo americano decidiu não levar adiante
este ambicioso projeto e assim o GATT que teria atuação provisória acabou por
vigorar por mais de quatro décadas.Em 1986, na cidade de Montevidéu, Uruguai,
começava a mais longa negociação do GATT, denominada Rodada Uruguai. Neste
instante, questões relacionadas a serviços, medidas anti-dumping e direitos
sobre patentes e propriedades intelectuais em geral passaram a fazer parte das
discussões do órgão. No término da Rodada Uruguai em 1994 foi anunciada a
criação da OMC – Organização Mundial do Comércio – que entraria em vigor em
1995. Neste momento um dos maiores impasses entre os Estados membros da OMC (Organização
Mundial de Comércio) estava no combate à pirataria e por este motivo a
República Popular da China tardou a entrar na organização. Alguns especialistas
afirmam que com a entrada da China na OMC o comércio mundial poderá se expandir
de maneira sem precedente na história. As negociações que visam à entrada da
Rússia acabaram sendo interrompidas por inúmeras divergências. A última reunião
da OMC, Rodada de Doha (Catar, 2001), ficou marcada pela aceitação da China e
pela tentativa liderada pelo Brasil (G20) de forçar os países ricos a reduzir
suas barreiras protecionistas e assim permitir um maior desenvolvimento dos
países agro-exportadores. Considerada uma rodada falida, exceto pela aceitação
da China a rodada de Doha não foi oficialmente finalizada e no momento
(Junho/2007) representantes do G4 (Estados Unidos, União Européia, Brasil e
Índia) se reúnem em Potsdam, Alemanha, para buscar retomar as negociações e
salvar a Rodada. Os americanos alegam que seus subsídios agrícolas se justificam
pelo alto custo de produção interno e acusam o Brasil de não reduzir o
protecionismo aos produtos industrializados. A União Européia alega que sem o
protecionismo seus agricultores e pecuaristas não sobreviveriam no atual
mercado globalizado. Enquanto isso, Brasil e a Índia insistem em negociar, mas
pouco tem a oferecer.
POLÍTICA E SUAS FORMAS FORMAS DE MANIFESTAÇÃO
NO CAPITALISMO E SOCIALISMO
Iremos dar inicio aos estudos sobre a política e suas formas de
manifestação, envolvendo o sistema capitalista e socialista no contexto
histórico geográfico da bipolaridade do poder.
Hoje, a política está presente em todas as dimensões da vida social,
sendo uma palavra bastante usual em nossas relações diárias expressas por meio
dos telejornais, revistas enfim uma infinidade de meios de comunicação que
habitualmente se utilizam dessa nomenclatura como: política estudantil,
política econômica, política da igreja enfim.
Percebemos, portanto, que fazemos política todos os dias por
intermédio de nossas articulações cotidianas o que nos confere o status de
seres politizados rompendo com uma relação que se procura tornar obrigatória que
seria a chamada política partidária, aquela que muita gente acha chata e quando
houve falar procura manter distância.
Dessa forma, fazer política deve levar em consideração o bem da
sociedade, trocando em miúdos seria o bem de todos e todas que fazem parte do
convívio social.
Para
sermos mais claros em nossa definição sobre política, tomamos emprestada a
definição dada por João Ubaldo Ribeiro no livro “Política: quem manda, por que
manda, como manda”, onde a definição se dá da seguinte forma:
No curso disso podemos qualificar a prática de canalização de
interesses que é o objeto da política em política administrativa, política
partidária, política para os pobres e também na chamada política educacional.
Esta última tem sido negligenciada no Brasil, ou melhor, sua aplicação não tem
sido efetivada com sucesso, em nosso país, as políticas públicas voltadas para
a educação sempre são deixadas em segundo plano nas estratégias governamentais.
A própria educação pelo seu papel reprodutor e inovador, precisa de
investimentos coerentes com a sua realidade, mas, no entanto o que nos
deparamos em nosso país são ações incoerentes onde é melhor não conceder ao
tecido social a consciência necessária para que a sociedade não perceba as
reais intenções políticas de alguns de seus representantes.
Como sabemos a educação é um direito humano significativo para o
convívio social, porque dela depende a realização de projetos de vida no âmbito
individual, e ainda os projetos coletivos sociais e culturais. Portanto a finalidade
das políticas educacionais seria o reconhecimento e garantia do direito a
educação para todos, estes direitos constam na Constituição da República Federativa
do Brasil, no entanto a inadimplência do Estado perante a manutenção destes
deveres para a sociedade compromete o andamento inerente do processo
educacional no Brasil.
Visando contextualizar as manifestações políticas e suas
inter-relações histórico-espaciais recorremos ao período pós 2ª Guerra Mundial,
conhecido como Bipolaridade do Poder, caracterizados por uma disputa política
entre EUA e URSS.
OS
PRINCIPAIS SISTEMAS E A ESTRUTURAÇÃO ECONOMICO E POLITICO NO PÓS SEGUNDA GUERRA
Antes de abordarmos os modos de
produção capitalista e socialista, que tal descobrirmos os outros modos de produção
que existiam antes destes?
O primeiro modo de produção foi o
primitivo comunitário, onde as relações de produção tinham como base a
propriedade comunitária, portanto a igualdade econômica entre os indivíduos era
mais visível; o segundo diz respeito ao escravismo, que consistia em escravizar
as pessoas e a partir daí vender a força de trabalho, nesse momento já
percebemos que a vivência entre os homens era permeada pela violência e
ausência de solidariedade para o bem comum. O terceiro corresponde ao modo de
produção feudal, no qual se tinha um sujeito chamado senhor feudal que era o
dono da terra e que detinha o controle e posse da terra, sendo que outros
sujeitos que moravam nessas áreas deviam obediência ao senhor feudal sendo que
tudo que produziam no solo teria que ser dividido com ele. Percebemos claramente
que essa relação era desigual, pois enquanto o senhor desfrutava de regalias os
servos trabalhavam e se esforçavam ao extremo, tendo ainda que dividir tudo o
que produzia com o Senhor feudal.
Atualmente sabemos que os EUA são
a economia mais forte do mundo, já na fase do capitalismo comercial, Espanha e Portugal detinham a hegemonia e
eram as economias mais sólidas desse período. Neste momento novas descobertas
foram feitas por essas duas superpotências (onde incluímos o Brasil), o real
interesse dessas potências eram as chamadas especiarias. Esses produtos eram
especiais para época, portanto a busca por tais suprimentos fez com que
houvesse uma expansão desses países pelas diversas partes do mundo o que
resultou na descoberta de novos espaços.
Outra fase do capitalismo é a industrial. As máquinas passaram a ser utilizadas em larga escala,
tornando ultrapassados os métodos de produção anteriores, de caráter artesanal.
Esse processo ficou conhecido como Revolução Industrial e teve seu início na Inglaterra. A Revolução Industrial
introduziu uma forma mais eficiente de produzir mercadorias em menor tempo
através da máquina a vapor o que possibilitou conseqüentemente o surgimento da
locomotiva a vapor e dos navios, aumentando a circulação no espaço mundial.
Na última fase dos modos de
produção aqui analisados temos o capitalismo
financeiro ou monopolista. Neste período temos a proliferação de grandes
empresas monopolistas, que acabam por irradiar seus tentáculos por todas as
partes do planeta, essas empresas são chamadas de transnacionais, pois agem
fora das suas nações se disseminando pelo espaço.
Essa fase é caracterizada por um
grande avanço tecnológico fruto dos acúmulos que se sucederam desde a fase
comercial do capitalismo até os dias de hoje.
As distâncias se encurtam o mundo se torna menor pelo avanço nas
comunicações e transporte, é uma fase que também chamamos de globalização onde
a interação entre as diversas partes do mundo é quase que instantânea.
QUE
TAL APRENDERMOS SOBRE OUTRO SISTEMA CHAMADO SOCIALISMO?
O Socialismo foi idealizado e
teorizado por dois grandes sábios, Karl Marx e Frederich Engels, e colocado
em prática pela primeira vez na Rússia em 1917 (sec. XX), tornou-se o
primeiro país socialista da história. Logo depois, em 1922, com a adesão
de algumas repúblicas, surgiu a URSS (União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas). O Socialismo
é um sistema caracterizado pela apropriação dos meios de
produção (industrias, empresas e etc)
pela coletividade. Abolida a propriedade
privada destes meios, todos se
tornariam trabalhadores, tomando parte na produção, e as desigualdades sociais
tenderiam a ser drasticamente reduzidas, uma vez que a produção poderia ser
equitativamente distribuída.
O Socialismo surge primeiramente
a partir de um conjunto de ideias contrárias à exploração de uma classe social
por outra, o que, por sua vez, caracterizava o Sistema Capitalista de produção.
O principal ponto de oposição entre o Socialismo e o Capitalismo reside no fato
de que os principais objetivos do capitalismo são o capital, o lucro, os
interesses materiais e a competição.
Agora que já sabemos o que é capitalismo
e socialismo e as principais características e diferenças entre
eles, vamos entender um período da história marcado pela oposição entre estes
dois sistemas e que foi responsável pela configuração do espaço mundial por um
longo período.
Como resultado da II Guerra
Mundial, onde de um lado tínhamos os aliados (Inglaterra, França, URSS, e EUA)
e do outro as nações do eixo (Alemanha, Itália e Japão), sendo que nesse
conflito o conhecimento sobre a geografia foi utilizado por ambos os grupos com
intuito de aniquilar o inimigo, tem-se como vencedores desse conflito, os EUA
assumindo a liderança do mundo capitalista, já que os demais países que outrora
foram poderosos como França e Inglaterra estavam destruídos pela guerra. A URSS também saiu vencedora consolidando um
outro bloco de cunho socialista sob sua liderança. Merece destaque ainda, o
leste europeu que, com o fim da II Guerra, sofreu influência direta da URSS e
tornou-se socialista.
É importante destacar que tanto
os Estados Unidos quanto a União Soviética tornam-se, ao final da II Guerra,
superpotências políticas, econômicas, diplomáticas e principalmente militares,
com um grande poder em ameaçar a existência humana, pois ambas possuíam armas
nucleares, portanto no mundo passam a coexistir duas grandes superpotências com
modelos diferentes de gestão.
Apesar do clima
de rivalidade que marcou este período, temos que destacar ainda o fato de que
com o fim da II Guerra Mundial é criada a ONU (Organização das Nações Unidas)
com o papel de assegurar a paz e a segurança no mundo, promover a cooperação
internacional buscando resolver problemas econômicos, sociais, culturais e
humanitários.
Desta forma criam-se condições
para que os problemas que afligem a humanidade em todas as regiões sejam resolvidos
através do diálogo com a participação do conjunto de países membros.
Teoricamente se reduz substancialmente as chances de proliferação de novos
conflitos das proporções das duas grandes guerras e se aposta no diálogo como
forma de consolidar a paz.
Está nova ordem mundial dividia o
mundo entre as duas superpotências vencedoras do conflito (EUA e URSS), é
importante entendermos que o mundo não é dividido em duas partes
geometricamente perfeitas, mas sim vão se configurando áreas de influências ou
do capitalismo ou do socialismo. Nestes
termos, teremos a seguinte configuração do espaço mundial: a divisão em dois
mundos, ou dois sistemas econômicos, ou seja, dois pólos de poder mundial, cada
um sob a liderança de uma das superpotências. A esta configuração de equilíbrio
do poder mundial chamamos Ordem Mundial
Bipolar, marcada por um clima de rivalidades e hostilidades entre as duas
superpotências. Esse período irá durar desde o fim da II Guerra Mundial até o
período compreendido entre os anos de 1989 (queda do muro de Berlim) a 1991
(fragmentação da URSS). A esta característica da ordem bipolar chamamos “GUERRA
FRIA ou Conflito LESTE/ OESTE”, que podemos conceituar da
seguinte forma:
• Não foi um conflito direto,
pois nunca na história houve um conflito armado entre os EUA e a URSS, já que
isto significaria o extermínio de toda a humanidade, haja vista que os dois
(EUA e URSS) usariam suas armas mais poderosas, armas nucleares, coisa que
nunca aconteceu, pois o nome Guerra fria nos mostra sutilmente que foi um
conflito sem confronto direto mas com grande carga ideológica.
· Ambas a nações
possuíam ideais de mundo diferentes (capitalismo e socialismo); difundindo as
ameaças e o medo em todas as regiões do globo, gerou-se muita tecnologia neste
período destacando-se as áreas nuclear, bélica e aeroespacial.
Podemos afirmar que todos os
conflitos ocorridos no mundo neste período estiveram na esfera da Guerra Fria e
sempre contaram com a participação direta ou indireta das duas superpotências,
pois quando uma resolvia intervir diretamente enviando tropas para apoiar o seu
aliado no conflito, a outra se limitava a treinar, armar, financiar e planejar
as ações de seus aliados.
Os países
derrotados precisavam se recuperar, então alguns planos foram feitos para oxigenar
tais países e trazê-los para um dos lados em disputa, um exemplo é o Plano
Marshall idealizado pelos EUA.
As duas superpotências sempre
estavam lutando em lados opostos. Desta forma, EUA e URSS disputavam a hegemonia
(supremacia) do poder mundial, ou seja, cada qual queria ampliar sua área de
influência sobre os domínios do outro. Essa disputa também ficou
marcada pela corrida armamentista, os dois países cercaram-se de
arsenais de armas nucleares sendo que ocorreram alguns conflitos que não
representaram embates diretos entre EUA e URSS.
Guerra
da Coréia - A Guerra da Coreia foi travada entre 25 de Junho de 1950 e 27 de Julho de 1953, opondo a Coreia do Sul e seus aliados, que incluíam os Estados
Unidos da América e o Reino Unido, à Coreia do Norte, apoiada pela República
Popular da China e pela
antiga União
Soviética.
Guerra do Vietnã
A guerra do Vietnã foi uma das
mais sangrentas guerras uma massa imensa de soldados americanos e vietnamitas
foram mortos nos campos de batalha no Vietnã entre 1965 e 1973 . A Guerra foi
travada entre o Vietnã do norte, tendo como grande expoente e lider Ho Chi Mihn
que orientava as ações do exercito vietnamita do (norte), e possuía um grande
conhecimento sobre seu território além de ter a seu favor uma rede de túneis
subterrâneos que permitiam grande mobilidade por todo seu espaço de
combate. Em contra posição tínhamos o
Vietnã do sul, aliado aos Estados Unidos da América. Os Estados Unidos possuíam
pouquíssimos conhecimentos sobe o relevo, vegetação e hidrografia da região do
conflito o que dificultou a sua mobilidade na batalha.
A guerra do Vietnã forneceu
numerosas provas que a geografia serve para fazer a guerra. O Vietnã possuía
inúmeros diques que se fossem rompidos inundariam um grande parte do país
facilitando o trabalho dos EUA, exterminando um grande números de pessoas, esse
ataque aos diques não poderia ser feito de forma explicita, mas sim de modo
discreto, pois a opinião pública viria ali uma prova de uma matança em larga escala.
Portanto esses bombardeios deveriam ser feitos de forma sutil sendo precisos
aos alvos, e é ai que a geografia entra. Só com o conhecimento geográfico do
relevo e do solo é que os ataques poderiam se dar com sucesso, porém EUA acabou
se retirando do solo vietnamita.
Abaixo temos uma música que
retrata uma faceta da guerra do Vietnã:
“Era um garoto
Que como eu
Amava os Beatles
E os Rolling Stones..
Girava o mundo
Sempre a cantar
As coisas lindas
Da América...
Não era belo
Mas mesmo assim
Havia mil garotas à fim
Cantava Help
And Ticket To Ride,
Oh! Lady Jane and Yesterday..
Cantava viva, à liberdade
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América...
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã
Lutar com vietcongs...” [...]
Que como eu
Amava os Beatles
E os Rolling Stones..
Girava o mundo
Sempre a cantar
As coisas lindas
Da América...
Não era belo
Mas mesmo assim
Havia mil garotas à fim
Cantava Help
And Ticket To Ride,
Oh! Lady Jane and Yesterday..
Cantava viva, à liberdade
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América...
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã
Lutar com vietcongs...” [...]
Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Roling Stones
Engenheiros do Havai – composição: Migliacci/lusini
Crise dos
mísseis em Cuba –
Sem dúvida nenhuma foi um dos momentos mais assustadores da Guerra fria
aconteceu em outubro de 62. Tudo começou quando as primeiras fotos tiradas
de um vôo secreto que um Avião norte-americano fizera sobre Cuba foram
reveladas. O mundo então resvalou pela primeira vez para uma possível guerra
nuclear. As fotos indicavam, de maneira irrefutável, que os soviéticos haviam
instalado na ilha, toda estrutura para abrigar mísseis nucleares, para quem não
sabe Cuba fica no quintal dos Estados Unidos, essa proximidade deixou o mundo
assombrado. Prontamente o governo Americano considerou aquilo como um
inaceitável ato de guerra contra os Estados Unidos. O episódio ficou conhecido
como Crise dos Mísseis.
Invasão do
Afeganistão
Guerra do Afeganistão ou invasão soviética do
Afeganistão foi um conflito armado de nove anos que começou em 1979, entre tropas
soviéticas, que apoiavam o governo do Afeganistão, e rebeldes mujahidin , que procuravam derrubar o regime comunista no país. Nesse contexto, a União
Soviética apoiou o governo, enquanto que
os rebeldes receberam apoio dos Estados Unidos, do Paquistão e de outros países muçulmanos. Por ironia do destino,
quando houve os ataques a Wolrd Trade Center nos EUA e logo depois a invasão
americana ao Afeganistão, os EUA lutaram contra os mesmo rebeldes que eles
ajudaram a armar contra os soviéticos no período da Guerra fria, e entre esses
rebeldes mais tarde teria se formado o grupo Talibã onde Osama Bin Laden fazia
parte e foi o grande idealizador dos ataque as torres gêmeas.
Surgimento do
FMI (Fundo Monetário Internacional) O FMI foi criado para estimular o
comércio internacional e promover ajuda econômica e fornecer assessoria técnica
aos seus países-membros que viessem a apresentar problemas financeiros. A
partir do FMI foram estabelecidas as regras básicas das relações financeiras
internacionais.
A
corrida espacial
A corrida espacial foi uma
competição de tecnologia espacial entre Estados Unidos e URSS, ocorreu entre
1957 e 1975, essa corrida almejava a conquista do espaço e começou 1961, com a
ida do primeiro homem ao espaço. Os Estados Unidos deu seu revés 1969 levando o
homem à lua. A corrida espacial proporcionou o surgimento de novas tecnologias
que impulsionaram ambas as potencias.
Formação de
Alianças Militares
Criação
da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte - bloco capitalista).
Em
de 1949, foi assinado o acordo que criava a Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan). Entre os países fundadores, estavam os Estados Unidos,
Grã-Bretanha, França e outros nove aliados. Essa organização visava proteger os
países que compunham o bloco capitalista, sendo que a OTAM podia intervir em
conflitos militares que envolvesse algun dos países membros.
Atualmente
a OTAM é formada por 19 países. Em 2002 a Rússia começou a participar do
Conselho da OTAM “passando a se chamar conselho dos 20”
Pacto de Varsóvia (bloco socialista)
Em 1955 em resposta a criação da
OTAM, e com liderança soviética, tendo a finalidade de defesa militar comum a
seus associados. Foi desfeita
em 1991 em razão das recentes transformações do mundo Socialista, sua sede
ficava em Moscou, seus antigos membros passaram para a OTAN.
É importante saber que durante
este longo período as desigualdades
econômicas, sociais e tecnológicas existentes entre as várias regiões do
planeta, marcadas pelas diferenças profundas entre o desenvolvimento (riqueza)
e o subdesenvolvimento (pobreza) foram ofuscados pela rivalidade entre as duas
superpotências. Apesar de alguns países tentarem se organizar a partir de sua
posição de neutralidade com relação a este conflito (conferência dos não
alinhados), estes não conseguiram maior projeção no cenário mundial marcado
pela Guerra Fria.
O FIM DA GUERRA FRIA.
O declínio e, finalmente, a desintegração da URSS puseram fim à
Guerra Fria e ao sistema bipolar, tendo como grande símbolo a derrubada do Muro
de Berlim que dividia as duas Alemanhas, uma socialista e outra capitalista,
abrindo uma nova era de incertezas na construção de uma nova ordem mundial,
numa conjuntura marcada pelo acirramento da competição econômico-tecnológica
mundial.
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